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Mostrando postagens de 2013

Jake Bugg, 'Shangri La'

Curiosamente, este rapaz talentoso foi denominado como o "novo Bob Dylan", quando em seu álbum —  Jake Bugg   —   abordou as sonoridades épicas e sofisticadas do mestre do folk ao velho estilo The Freewheelin' Bob Dylan . É claro que em seu segundo álbum, Bugg noto-riamente resolve aumentar o volume e acelerar de todas as formas enérgicas o seu som, dei-xando para trás aquela "cópia" de Dylan para se tornar em algo perto de Richard Ashcroft. Colocando o rockabilly mais ligeiro com vocal estilo Dylan ("There's a Best and We All Feed It"), chega a ser um pouco irritante porque Bugg não precisa disso. Mas nas outras 11 faixas surreais, ele entendeu o recado e fez algo pessoal. Shangri La é um disco destacável para a cena indie, fazendo de seus ouvintes fiéis seguidores. Por Leonardo Pereira

A profecia de 'The Velvet Underground & Nico'

  Nessa última semana, após a morte já anunciada de Lou Reed, conhecido por ser o líder do Velvet Underground, não podia deixar de fazer outra homenagem. Nos anos 1960, quando o mundo da música ainda vivia aquele momento de incertezas na psicodelia, mudanças radicais no cotidiano, a era hippie entrava profundamente no inconsciente dos jovens britânicos, que começavam a desabafar ouvindo The Who, enquanto que os americanos se entregavam ao estilo popularmente único do Grateful Dead e da agressividade guitarrística de Jimi Hendrix.  Porém, em Nova York, um grupo de pessoas bastante esquisitas andavam pelas ruas mais suburbanas e decadentes da cidade americana. Eles usavam óculos escuros em plena noite — o que já causou bastante estranheza para quem já havia avistado-os. Com cabelos pretos mais ou menos cacheados e usando óculos escuros basicamente quadrados, Lou Reed nem sequer tinha idéia do ícone em que se tornaria. A sua banda tinha um nome extraído de uma publicação pornogr

Lady Gaga, 'Artpop'

Tentando misturar música pop com arte, Lady Gaga acaba escorregando no clichê Artpop , de Lady Gaga, está a um passo de ser considerado o novo Aladdin Sane da nossa década. Com sua androginia estando em moda e fazendo de seus Little Monsters os fãs mais fiéis de um artista na música pop da atualidade, a música de seu quarto álbum de estúdio possui o rótulo: "Faça o que você quiser". Percebo que desde a chegada de Stefani Germanotta, esta diva nunca tinha ido tão além musicalmente como ela foi em Born This Way , de 2011. Por sinal, eu poderia ser mais visionário ao afirmar que Lady Gaga foi mais além em Artpop . Certamente, por você ser fã, poderá achar estranho este álbum, mas a sua parcialidade a ela não poderão entrar nessa avaliação. O fato é que, se Gaga quer evoluir e fazer história, ela não pode estar na mesmice de sempre. Pela primeira vez desde The Fame (2008), Gaga volta a ser uma garota sexy, com perucas extravagantes que chegam perto de estilos semelhant

Avril Lavigne, 'Avril Lavigne'

O quinto álbum de Avril Lavigne soa tão musicalmente medíocre quanto seu antecessor, Goodbye Lullaby , de 2011. Quando aquele disco começou com "What the Hell", uma baladinha sem vergonha e de refrão grudento, eu percebi a decadência da cantora canadense. Soando um pouco diferente de seu último álbum, Lavigne percebeu a grande derrocada que havia cometido após fazer de Goodbye Lullaby um disco pop, em vez de copiar a fórmula poderosa de seus três primeiros álbuns — Let Go (2002), Under My Skin (2004) e The Best Damn Thing (2007) — e decidiu abrir com algo que lembre seus tempos de ouro ("Rock 'n' Roll"). Porém, não é a mesma coisa. Mesmo a canadense tentando voltar aos seus tempos perfeitos, toda a sua instrumentação chega mais perto da música eletrônica do que para o rock. Novamente fracassando, os últimos seis anos da carreira de Avril devem ser esquecidos. A "renomada e relevante" Avril Lavigne que eu conheço é aquela que canta maduram

Eminem, 'The Marshall Mathers LP 2'

O novo material do rapper Eminem é uma continuação do aclamado álbum de 2000, The Marshall Mathers LP , seu segundo disco que alçou vôo depressa e o classificou como um dos grandes destaques da década passada. Porém, sua força se manteve estagnada nos álbuns que sucederiam através dos anos, como The Eminem Show , de 2002, e  Encore , de 2003. Depois de muitos problemas conjugais e com forte dependência de drogas, Eminem quer se esquecer da década ruim que sua vida pessoal se tornou, mas ainda quer continuar a fazer um rap ideal como fez nos anos 2000. Digamos que The Marshall Mathers LP 2 é uma prova perfeita para virar em uma aposta. Como sempre, com letras divertidas e um pouco psicopatas para o gênero — o que é aceitável pois é um dos fatores mais significativos do rapper americano —, The Marshall Mathers LP 2 começa com "Bad Guy", um épico de sete minutos que mistura a insanidade psico-rap em que o irmão caçula de Stan volta para acabar com Slim Shady, colocando-o

R.I.P. Lou Reed

Lou Reed, compositor e guitarrista massivamente influente, morreu ontem, dia 27, aos 71 anos. A causa de sua morte ainda não foi divulgada, mas Reed havia passado por um transplante de fígado em maio desse ano. Ficou marcado por ter ajudado a moldar por quase cinquenta anos o rock & roll. É uma morte que foi e continuará sendo sentida por todos os fãs incondicionais do rock & roll. Nos anos 1960, com o Velvet Underground, Reed fundiu todos os elementos da música européia, trazendo e misturando um novo estilo lírico para a poesia do rock & roll. Como um artista solo, foi altamente criativo, a partir dos anos 1970 até 2010. Em 2011, em parceria com o Metallica, Reed lançou Lulu , contendo bastante experimentalismo entre o seu rock totalmente característico e o metal da banda americana. Em cada momento de sua carreira solo, Reed foi camaleônico e imprevisível, desafiando os seus fãs em cada busca por nova inovação. Sempre de mente aberta, aceitou com unhas e dentes o

Katy Perry, 'Prism'

O terceiro álbum de Katy Perry, Teenage Dream , foi um grande sucesso e se estendeu por dois anos com uma grande turnê mundial que até apareceu no quarta edição do Rock In Rio, realizada em 2011. Depois do resultado, tivemos que esperar três anos para que a cantora lançasse seu novo disco de inéditas multifacetado por trás da diversão e do brilho pop. Todas as características contidas em Prism — seu quarto e novo álbum — são prismadas como todas as faixas descobertas aqui. Quando o álbum começa com "Roar", o primeiro single que alavancou posições nas paradas e que levantou o mundo pop alguns meses atrás, o ambiente sonoro é completamente contagiante e divertido.  Em outras faixas como "Legendary Lovers", o fator musical é o mesmo de Teenage Dream . Ainda há uma certa influência do seu disco anterior. Uma lista repleta de baladas que algumas vezes, ela coloca conotações de bom senso de humor, uma característica um pouco desimportante e que fez de Teenage D

Pearl Jam, 'Lightning Bolt'

Concerteza, Lightning Bolt é o álbum que o Pearl Jam não havia conseguido realizar nos anos 2000, e que só agora, concebiu realizar. Com canções fortemente comparadas ao seu tempo de ouro na década de 1990, a banda liderada por Eddie Vedder simplesmente arregassou as mangas e fez de seu décimo disco uma grande exceção que os seus materiais passados marcaram como um grupo que definitivamente tentou destruir sua própria fama na última década.  Acho que seria bastante apropriado dizer isso, mas o Pearl Jam se tornou em seus próprios heróis. Há qualquer tipo de exagero, tanto nas guitarras — que é e sempre foi uma das características poderosas da banda — como no geral. Aqui, a banda tem mais vida, mais motivo para aparecer, e de forma bem convincente. Por exemplo, em "Getaway", Vedder canta sob um riff forte de guitarra e uma bateria que conduz a energia que a banda de Seattle se motivou a mostrar.   Mas as primeiras aparições de sofisticalismo permeiam em Lightnin

Paul McCartney, 'New'

Paul McCartney não se dá por satisfeito. O ano passado, ele lançou  Kisses on the Bottom , um disco repleto de particularidades e regravações de grandes sucessos de seu passado que o fizeram feliz em sua infância. Porém, não foi um disco muito esperado por seus fãs e beatlemaníacos fanáticos no mundo inteiro. Talvez, o grande problema foi que sua sonoridade fora refinada demais para as características que o aclamaram em sua carreira solo. Levando todos estes fatores, New , seu primeiro material com canções inéditas em algum tempo, se aproxima mais da música atual, entrando na conversa pop do nosso cotidiano. Há muitos anos, McCartney nunca esteve tão bem com sua cabeça e inspiração como ele está aqui. Na faixa que abre o disco, "Save Us", um som bastante particular como a sua antiga banda, o Wings, me veio à cabeça. Relutantemente, das treze canções novas de New , McCartney coloca sua experiência e sabedoria que ele tem no rock & roll. Não dá para deixar de fora de

Panic! at the Disco, 'Too Weird to Live, Too Rare to Die!'

Faz nove anos que este power trio de Las Vegas mistura o pop-punk, alternativo e o indie com sonoridades e batidas eletrônicas. Nesses rápidos nove anos, o Panic! at the Disco já lançou três discos de forte reconhecimento em nossos tempos. Porém, o que faz de Too Weird to Live, Too Rare to Die! — seu quarto álbum e um dos mais dançantes desse ano — simplesmente me fizeram torcer o nariz para este tipo de estética. Sinceramente, prefiria últimos três discos. Contendo uma versão mais pop, "Girls/Girls/Boys" parece mais um single lançado pelo Big Time Rush do que o próprio Panic! at the Disco. No final das contas: seu quarto álbum soa musicalmente estranho.  Por Leonardo Pereira

Cage the Elephant, 'Melophobia'

Em seu terceiro álbum, o Cage the Elephant trouxe novamente toda sua influência e atitude chave para a sua sonoridade de garagem dos anos 1960 e 1970. Contendo uma som virtuoso e novo, a banda de Kentucky soa completamente fantástico neste álbum que cheira muito ao estilo Jack White, em seu tempo de carreira solo. Como a faixa que abre Melophobia , "Spiderhead", soa completamente perfeita para um início de disco, mudando rotineiramente de gênero, colocando energia e acalmando o estilo. Mas a banda sabe muito bem mostrar o que sente em "Come a Little Closer", com um rock totalmente eclosivo e lento, daqueles que te fazem parar completamente. As guitarras elétricas e sujas também aparecem em "It's Just Forever", algo que me lembra repentinamente os Rolling Stones, Jimi Hendrix e as letras de Matt Shultz se mostram cada vez mais paranóicas, na qual significa que desde a estréia do grupo em 2008, que este fator faz parte das características centrais

Miley Cyrus, 'Bangerz'

Depois de três álbuns, Miley Cyrus finalmente entendeu o recado e decidiu virar mulher e deixar de lado os pequenos sucessos de adolescente que a estabeleceram e a tornaram como a Hannah Montana, da Disney. Em Bangerz – seu quarto e mais direitinho disco –, Cyrus se entrega de vez em todas as sonoridades atuais da música pop. Ela tenta ser tão sexy como Beyoncé, inapropriadamente sacana como Britney Spears e abrasivamente extravagante como Lady Gaga. Suas canções se misturam entre o rap e o R&B, mostrando uma cantora de mente aberta, mas um pouco desconcertada quanto ao estilo que ela queira seguir. "Wrecking Ball", de Cyrus, praticamente arrematou os fãs do pop: Muitos diriam que Bruce Springsteen ficaria com ciúmes. Eu garanto que não. Por Leonardo Pereira

Haim, 'Days Are Gone'

Pela primeira vez, eu percebi uma grande coisa contida neste álbum. Trata-se do Haim, uma banda americana formada por três irmãs e um baterista não relacionado. Elas começaram a tocar desde pequenas, quando os seus pais as encorajavam e incentivavam a tocar. Quem diria que o trio feminino formaria um dos discos mais agradáveis desse ano. Primeiramente, essa afirmação é precisa porque o single "Falling" fundia uma espécie de rock & roll com eletrônica, misturando tons de música pop. A mesma forma é a faixa a seguir, "Forever", que contém um sample de "Wanna Be Startin' Somethin'", de Michael Jackson, um dos sucessos Top 10 dos anos 1980. Dentro deste conteúdo extremamente otimista e inofensivo, estas três garotas sabem como entreter a todos com musicalidade atual. Por Leonardo Pereira

Arcade Fire, 'Reflektor'

A ambição é um fator importante que decide se a glória vai abraçar tal banda. Pelo menos é o que eu sinto. Concerteza, quando eu olho o conteúdo visual de Reflektor , o quinto disco bem sucedido do Arcade Fire — sendo este, lançado como um álbum duplo — eu vejo os ares de um disco épico sendo pronto para se entregar ao mundo de tal forma como outros grandes álbuns duplos já fizeram. Quando os vocalistas fundadores do Arcade Fire, Win Butler e Regine Chassagne, declararam "Se este é o céu/Eu preciso de algo mais" na poderosa faixa-título, eles não estavam brincando nenhum pouco. Ao longo de uma sonoridade mesclada com disco ao estilo "Miss You", dos Rolling Stones com o pop-rock dos anos 80 que chega muito perto de "Walking on Thin Ice", da Yoko Ono, o Arcade Fire e seu novo co-produtor, James Murphy, do LCD Soundsystem, colocaram idéias magistrais que fazem Reflektor aspirar gloriosamente à grandeza. Nesse trabalho bem desempenhado, o casal que

Justin Timberlake, 'The 20/20 Experience: 2 of 2'

Desde que Justin Timberlake voltou para os holofotes com seu quarto álbum,  The 20/20 Experience  em março desse ano  –  e resenhado em julho  – , o cantor simplesmente esteve em alta nesses meses que antecederam a continuação do disco de mesmo nome lançado no início de 2013. Apesar da sonoridade mais soul, R&B e experimental de Timberlake em seu antecessor, The 20/20 Experience: 2 of 2 soa muito mais agitado, contendo mais energia. Porém, esta energia já citada lidera todas as onze faixas de forma desorganizada, fazendo com que este novo CD, que arresém saiu quentinho do forno, não chegue do mesmo nível que seu disco anterior, que se saiu melhor, com uma organização sonora nunca antes ouvido e comentado em um álbum de Timberlake. A sorte é que Timberlake começou o ano com um disco que correspondeu com as expectativas, e não com isto, na qual faixas como "Gimme What I Don't Know (I Want)", "True Blood" e "Cabaret" são considerados os pontos

A magia e a transcendência de Bruce Springsteen

Bruce Springsteen inevitavelmente é um dos maiores ícones da história do rock. Assim como qualquer artista lendário, Springsteen fez e continua fazendo grandes discos, daqueles que ainda conseguem entreter e impressionar o público, e realiza turnês longas, com apresentações que ultrapassam de três horas ou mais. Como grande intérprete, The Boss (como é chamado pelo público) tem o grande poder de comandar multidões de um jeito tão simples que muitos frontmans de grandes grupos de rock sentiriam inveja só de vê-lo atuar.  Nos auge de seus 64 anos, ele e sua E Street Band – que acompanha Springsteen desde 1972 ininterruptamente – nunca estiveram tão sincronizados musicalmente. Talvez, desde Born in the U.S.A. e a turnê dessa lendária obra-prima que durou exatamente um ano e quatro meses, The Boss e a longa E Street Band nunca estiveram tão em forma. Não me vem à memória uma turnê tão perfeita como esta atual, sob o nome do álbum atual, a obra-prima da atualidade, Wrecking Ball

Drake, 'Nothing Was the Same'

Nos últimos tempos, Drake se mostrou uma grande novidade para o rap, fazendo de seus primeiros e últimos álbuns – Thank Me Later (2010) e Take Care (2011) – grandes sucessos de crítica e público atualmente. Desde então, o seu destaque para este gênero tem sido constantemente citado como um objeto positivo para a carreira do rapper. Seus sucessos tocam constantemente nos EUA e isso fez com que Nothing Was the Same soe como um disco que coloca o rapper americano mais uma vez no páreo das primeiras posições este ano. Devemos admitir que as músicas de Nothing Was the Same , seu terceiro álbum e grande sucessor de Take Care são envolventes: com as letras incessantemente pessoais de Drake misturados com batidas eletrônicas, o rapper simplesmente fez deste novo lançamento uma grande novidade para seus fãs fiéis e para quem nunca ouviu antes. Entre os destaques, estão "Furthest Thing", "Own It" e a incrível parceria com um dos rappers mais famosos e fantásticos q

Nirvana, 'In Utero: 20th Anniversary Edition'

Em 1993, In Utero saía fervorosamente diferente de tudo que o Nirvana havia feito dois anos antes em Nevermind . Da sonoridade completamente desprezível, porém inesquecível de "Serve the Servants", do nostálgico e mágico começo até a explosão de "Heart-Shaped Box" e o underground-alternativo-grunge de "All Apologies", esta edição especial da segunda obra-prima da banda de Aberdeen lançada 20 anos atrás define o que aconteceu com o power trio, definindo a cena grunge estabelecido na época. Além de conter o álbum original, ainda contém um segundo CD de gravações instrumentais das mesmas faixas do disco original, além de mixes e canções que acabaram não entrando no processo seletivo do material. Definitivamente, esta edição especial tem muitos motivos para os fãs de carteirinha do Nirvana terem esta jóia incluída em sua coleção particular. Por Leonardo Pereira   

Kings of Leon, 'Mechanical Bull'

Em uma década, o Kings of Leon simplesmente atacou a todos com seu rock de garagem, demolindo com a sua energia, mas não conseguiram encontrar sua voz como grande banda de arena de sua geração – segurando os níveis de grandeza do U2 em canções como "Use Somebody" e "Sex on Fire" em 2008. Mesmo depois de seu sexto álbum garantir uma profundidade consistente – que, em Come Around Sundown (2011) não foi totalmente compreendido – a banda americana simplesmente faz tudo acontecer aqui em Mechanical Bull , seu álbum mais centrado em anos.  Percebe-se a mudança do grupo em relação ao seu antecessor. No início daquele disco, "The End" começava aquele disco esquisito, e no decorrer de tudo, as músicas eram lentas (o que fazia que seu público achasse estranho com a sonoridade imposta por eles). Agora, é diferente: As guitarras aparecem muito mais aqui ("Rock City", que traz a versão de T. Rex voltando musicalmente ao presente). Comparando isso,

Sheryl Crow, 'Feels Like Home'

Os planos sempre foram os mesmos, porém são bem comparados com sua capacidade de fazer uma música country de boa qualidade. Sheryl Crow é uma mulher de 51 anos que coloca toda a sua versatilidade em Feels Like Home , seu oitavo álbum de estúdio e o mais bem produzido de toda sua carreira. Por mais que sua voz suave em "Give It to Me" soe como uma balada country romântica – uma das melhores deste novo disco –, há uma imparcialidade com todos os instrumentos musicais que elevam a avaliação geral do ambiente sonoro que Feels Like Home nos apresenta. Crow canta de forma surpreendente, colocando efeitos vocais próprios para enriquecer sua música. Todas as suavidades existentes nesse álbum simplesmente soam excelentes, principalmente no country com batidas eletrônicas simplistas em "We Oughta Be Drinkin'": um contry-pop contagiante de Crow que simetricamente coloca uma grande sutileza dentro do disco mais que notório. Como uma Loreta Lynn da atualidade, Sheryl

A noite mais romântica do evento

A quinta noite do Rock in Rio foi a mais intensa até este exato momento. Bandas como Matchbox Twenty, Nickelback e Bon Jovi fizeram desta noite uma das mais inesquecíveis do evento. Dentro das particularidades de cada fã de música, era claro que a maioria de fãs eram da banda norte-americana Bon Jovi, que incluindo esta apresentação no Rock in Rio, foi a sua nona vez aqui no Brasil. Mas também a nossa tarde foi muito agradável com os portugueses do The Gift com a participação do Afrolata, grupo brasileiro de percussão. Além de seus notórios sucessos, a banda interpretou uma canção em homanagem ao Legião Urbana, "Índios", fazendo com o que o público – que ainda era pequeno e estava chegando – cantassem linha por linhda da famosa música lançada pela Legião em 1986, do álbum Dois . Além desta grande homenagem, o grupo português também interpretou temas como "Fácil de Entender" e "Driving You Slow". A tarde ainda estaria por ser ilu

A noite mais metaleira do Rock in Rio

A quarta noite do Rock in Rio foi a mais aguardada desde o final de semana de muito pop com Jota Quest, Alicia Keys e Justin Timberlake no domingo. Muito pelo contrário, as pessoas chegaram para o quarta dia – preparado para o metal – com uma nostalgia e energia nunca vista antes. Apesar de conter apenas as bandas mais pesadas deste evento, o Brasil estava esperando pela apresentação do Metallica, os caras que melhor representam o metal. Claro que, apesar das atrações brasileiras – que agitaram bastante nos dois palcos, o Sunset e o Mundo – houve uma maior energia dos shows de Ghost BC, Alice in Chains e o Metallica, claro. Às 14h40, o grupo de metal brasileiro República, com a participação especial de Dr. Sin e Roy Z balançaram o público pequeno – que no momento ainda era pequeno por ser o início do quinto dia, mas foi aumentando constantemente. Depois, foi a vez de Almah com o Hibria colocar todo seu espírito jovial de heavy metal. Foi mais de uma e meia

MGMT, 'MGMT'

Desde que seu primeiro álbum, Oracular Spectacular (2007), foi lançado, a banda formada no Brooklyn por Bem Goldwasser e Andrew VanWyngarden ganharam uma notoriedade mais que surpreendentes, fazendo os adolescentes ouvirem este rock psicodélico com uma abordagem mais próxima do art-rock. Eles simplesmente ganharam a década passada com "Time to Pretend", que inundou as rádios em 2007. Já em Congratulations (2010), a banda se firmou de vez no cenário psicodélico quando misturou os ritmos brasileiros ao seu art-rock, que foram a tropicália e o forró de raiz. Já em seu terceiro álbum – auto intitulado – o grupo busca uma sonoridade mais distorcida, principalmente em faixas como "Mystery Disease", "Your Life Is a Lie" e "A Good Sadness". Os vocais de VanWyngarden soam parecidos com coros principais ao velho estilo brit-pop dos anos 1990. Enquanto VanWyngarden canta, as sonoridades soam atrapalhadas, desorganizadas e desconcertantes, de certa f

Elvis Costello & The Roots, 'Wise Up Ghost'

Casualmente, soou bastante surpreendente ouvir a voz de Elvis Costello ecoar para fora deste R&B sonoro com hip-hop dos Roots. Muitos não conseguiriam aderir a ideia de que é preciso explorar sons novos. Por mais que fosse uma surpresa, Wise Up Ghost é marcado por altos e baixos, tanto quanto qualquer material dos Roots e do próprio Costello. Um grande exemplo é a forma como a faixa de abertura, o rap-rock "Walk Us Uptown" traz a cara dos Roots, enquanto que, logo em seguida, "Sugar Won't Work" remete a anos passados de Costello em seus grandes discos renomados, Armed Forces (1979) e Imperial Bedroom (1982). O resto das faixas caracterizam musicalmente outra grande obra prima: o soul marcante de Marvin Gaye em What's Going On , de 1971. De todas os tipos de surpresas que ouveram, Elvis Costello e os Roots certamente estão entre os que mais surpreenderam.  Por Leonardo Pereira

Elton John, 'The Diving Board'

Teoricamente, muitos diriam que Elton John não está nas pontas das noticiais musicais, mas se levarmos em conta as suas participações em discos de Eminem, o novo do Queens of the Stone Age e etcetera, isso mostra que Elton ainda está sob os holofotes. Quanto a isso, desde que The Union – um tributo de tamanho épico do próprio pianista para um ícone que o influenciou no início de sua carreira, Leon Russell (que também contribuiu) – foi lançado em 2010, a produção de T-Bone Burnett (que também produziu em The Union ) foi confirmado pelo próprio artista, deixando este novo estilo como fator principal para as músicas de The Diving Board , seu primeiro álbum solitário desde Victim of Love , de 1979. Contudo, seu trigésimo primeiro álbum de estúdio soa bastante equilibrado e consistente, mostrando que possuem canções de grande valor. Mesmo obtendo exageradamente um número mais que considerado de faixas que passam do normal para um disco de Elton John, elas se enquadram diretament