Por Leonardo Pereira David Cronenberg gosta de um suspense violento. O cineasta canadense é mestre neste tipo de filmes e não consegui me recuperar de seu último grande filme, o polêmico Marcas da Violência (2005), que trazia na manga toda a brutalidade de uma dívida de um homem que tenta se livrar da máfia para salvar o seu negócio — um restaurante familiar. Comparando, o clássico de Cronenberg não é nada semelhante a Crimes of the Future , o filme de ficção científica que estreiou no Festival de Cannes e chocou o público em seus primeiros 30 minutos. O filme, que mistura sexo, autópsia e um pouco de tecnologia bizarra — e muita violência — é uma volta de Cronenberg aos holofotes desde seu último filme, Mapa para as Estrelas , lançado em 2014. Um homem está deitado em uma cama. É mais como um casulo que drena energia. Ele se contorce de dor. Esse homem é Viggo Mortensen. “Eu acho que a cama precisa de um novo software”, diz ele, rosnando para sua companheira, que está ajustando as e
Por Leonardo Pereira O filme de S.S. Rajamouli é uma grande surpresa. RRR é um longa-metragem indiano lançado na Netflix. No Brasil, a plataforma deu um segundo título ao filme: Revolta, Rebelião, Revolução . O motivo pelo tamanho alvoroço é que RRR está alcançando grande bilheteria no Ocidente, o que é incomum para a nossa civilização e para Tollywood (a indústria de filmes indianos de língua telugu). A história anticolonialista sobre opressão que o Império Britânico impôs ao povo indiano é impactante, e a missão de Komaram Bheem (N.T. Rama Rao Jr) é resgatar sua irmã caçula das mãos do governador da Índia, Scott Buxton (Ray Stevenson), e sua sádica esposa Catherine (Alison Doody) é árdua. Mas com a ajuda de seu amigo, o líder revolucionário Allu Sitarama Raju (Ram Charan), a força por décadas de crimes contra seu povo serão vingados. Com a ascensão de filmes abordando a cultura indiana, como Quem Quer Ser um Milionário (2008), RRR: Revolta, Rebelião, Revolução está colocando To