Pular para o conteúdo principal

'Homem-Aranha: Longe de Casa': Cabeça de Teia está de volta novamente













Por Leonardo Pereira

Homem-Aranha: Longe de Casa é um dos filmes mais divertidos do UCM, e não tinha que ser diferente. Em um pós-Ultimato, muitos rumores sobre as futuras decisões para os próximos filmes foram levantados e o próprio Kevin Fudge declarou que o ciclo não terminou em Ultimato, pedindo para que os fãs não perdessem Homem-Aranha: Longe de Casa. Aqui encerrou o ciclo que havia começado em Homem de Ferro (2008) e então o filme vai te pegar de jeito em muitas partes especificas, a começar pelo humor hormonal contido mas prestes a explodir entre Peter Parker (Holland) e Mary Jane (Zendaya em uma atuação tão delicada). Você não sabe o que vem por aí.

Você pode imaginar que o mundo parou no intervalo entre o estalo de Thanos e a vingança dos Vingadores em Ultimato, mas se passaram oito meses desde que aqueles que viraram em pó (o desaparecimento foi batizado de "blip"). E não tem como não se entregar por Tom Holland vivendo um Peter Parker adolescente tão inseguro que em breve chega a explodir a tela de nostalgia. Como um mero adolescente de 16 anos, Parker conseguiu o feito de lutar junto com Homem de Ferro, seu mentor, e outros colegas Vingadores (Capitão América: Guerra Civil), sem falar que o falecido Tony Stark deixou um presentinho (não vou contar) para prepará-lo para o futuro, mas nunca beijou uma garota. Este é o drama de um jovem em que a vontade de tirar o BV faz com que Parker coloque o agente da S.H.I.E.L.D., Nick Fury, na caixa-postal de seu celular. É domínio hormonal.

Além da comédia já estabelecida em outros filmes do UCM (Thor: Ragnarok, Guardiões da Galáxia) e em De Volta ao Lar, ponto positivo para a Marvel, que conseguiu colocar Mystério, personagem interpretado brilhantemente por Jake Gyllenhaal. Como ator, Gyllenhaal conseguiu incorporar a personalidade e o dinamismo do personagem conhecido dos quadrinhos. Mas o que chama atenção é a trama ser desenvolvida exclusivamente fora dos Estados Unidos. Parker e sua turma da escola foram fazer sua viagem de férias na Europa, com Parker priorizando se aproximar de Mary Jane e se declarar, meta esta que ele não consegue por motivos que ficarão ocultos por aqui. É claro que um Fury diferente e uma Maria Hill (uma deslumbrante Cobie Smulders) parecendo estar escondendo algo nas entrelinhas estavam presentes para ajudar o Cabeça de Teia. Mas a irresponsabilidade do novo Vingador foi o pontapé principal para que o filme se desenrolasse.

Parker comete muitos erros e continua dando margem para Fury duvidar da real condição de Parker substituir Tony Stark no quesito liderança. E o próprio Homem-Aranha não acredita em si mesmo, ainda mais quando ele foge de uma festa solidária em que sua tia May, a gatinha de arrasar quarteirão vivida por Marisa Tomei organizou, para olhar um desenho do Homem de Ferro feito a grafite na parede com os olhos cheios de lágrimas. Este é o momento em que o cisco cai em nossos olhos. O filme entra no tom correto através da trilha sonora de rock que determina a química da idade e a personalidade de Parker e do enredo que o cerca. Alem de você descobrir mais detalhes sobre Mystério, você verá outra grande batalha de Parker: Expressar os seus sentimentos e tomar atitude frente a garota que está caidinha por ele. Será que Peter Parker consegue conquistar Mary Jane? E Mystério é o que os fãs da Marvel imaginam ser?

A grande notícia para os fãs é que Homem-Aranha: Longe de Casa tem duas cenas pós-créditos. Você vai pirar ao saber sobre os próximos desdobramentos (um terceiro filme podendo ser feito no futuro) e sobre uma revelação que no fundo você sempre esperou, mas que fica no ar como um possível easter egg inevitável para o que pode vir para os próximos anos. Não há como escapar de todos estes desdobramentos. Logo que você tentar sair do cinema, o Amigão da Vizinhança já te pegou de jeito. Este é o efeito-Tom Holland: A imagem perfeita de um easter egg completo. Fase três concluída. Que venha uma fase quatro como nós nunca vimos.

Comentários

  1. haha e qual a próxima fase?
    Dica anotada! Queremos conhecer New Orleans nas férias de final de ano.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

The Velvet Underground: Discografia Comentada

Qual foi a banda americana que mais influenciou os futuros grupos de rock britânicos? E quem foi a banda americana mais odiada em sua época e reconhecida como clássica nas décadas seguintes? É óbvio que é o Velvet Underground. Formado em 1964 por Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison e Angus MacLise, o grupo ficou conhecido pelo seu som pessoal e visionário, nas quais, com as composições sujas de Reed falando de drogas e diversos problemas sociais, o Velvet influenciaria outros artistas de características parecidas. Em apenas cinco álbuns de estúdio, o Velvet deixou seu legado, que acabou se tornando grandioso por antecipar fatores que o punk-rock, a new-wave e as bandas britânicas dos anos 80 – como o Echo & the Bunnymen, The Jesus & Mary Chain, The Smiths e outros – passariam a adotar, tornando o Velvet Underground em um grande mito do rock & roll. O Velvet foi o grupo mais anticomercial de sua época, mas sua música se tornou em uma grande len...

Jennette McCurdy: Um simples engano ou um grande talento descoberto?

Finalmente temos alguma grande estrela surgindo, pelo menos é o que eu acho. Não estou falando de Adele, ela também é brilhante, mas estou referindo-me a atriz e agora cantora, Jennette McCurdy, mais conhecida por interpretar Sam Puckett na série iCarly . Como foi bastante óbvio que isso fosse acontecer, quando o EP Not That Fade Away foi lançado previamente para ser lançado em seu primeiro álbum de estúdio – com nome de The Story of My Life e sem prévia para o seu lançamento – a crítica de grandes nomes como a Rolling Stone, a Allmusic e o resto das fontes importantes de música rejeitaram seu EP. Foi um grande erro. Mas é incrível a forma como Jennete (uma adolescente de 19 anos com um enorme talento) resolve nos surpreender com seus pensamentos e sentimentos sobre a vida e o que ela guarda para sua carreira. Primeiramente, o que mais surpreendeu foi seu estilo. Hoje em dia, em meio às luzes pop-eletrônicas, as garotas querem tornar-se grandes cantoras solo fazendo mús...

Interpol, 'El Pintor'

Esta banda tem o talento de criar discos de sons conflituosos e caóticos. El Pintor é uma Parede Sonora misturada com o rock britânico levado a sério do Arctic Monkeys, Franz Ferdinand e Muse. As suas 10 faixas soam como mega explosões prontas a entrarem em seus ouvidos. São amplificadores, teclados e órgãos apocalipticos envolvidos em músicas como "All the Rage Back Home", que abre o quinto álbum do power trio americano. Conclusivamente, existem coisas boas aqui, nas quais a guitarra é um ponto forte no conteúdo de sua música. Levando em conta as sonoridades de seus materiais lançados no passado – Turn on the Bright Lights , de 2002, e Antics , de 2004 – El Pintor continua sendo primordial por seu som original e sem imitações. Seu som é limpo, porém é bastante barulhenta em termos de efeitos sonoros. Em "My Desire", os vocais do líder do grupo, Paul Banks, soam completamente abafados como se a canção estivesse tocando em uma rádio antiga, e assim está bem m...