A quarta noite do Rock in Rio foi a mais aguardada desde o final de semana de muito pop com Jota Quest, Alicia Keys e Justin Timberlake no domingo. Muito pelo contrário, as pessoas chegaram para o quarta dia – preparado para o metal – com uma nostalgia e energia nunca vista antes. Apesar de conter apenas as bandas mais pesadas deste evento, o Brasil estava esperando pela apresentação do Metallica, os caras que melhor representam o metal.
Claro que, apesar das atrações brasileiras – que agitaram bastante nos dois palcos, o Sunset e o Mundo – houve uma maior energia dos shows de Ghost BC, Alice in Chains e o Metallica, claro.
Às 14h40, o grupo de metal brasileiro República, com a participação especial de Dr. Sin e Roy Z balançaram o público pequeno – que no momento ainda era pequeno por ser o início do quinto dia, mas foi aumentando constantemente. Depois, foi a vez de Almah com o Hibria colocar todo seu espírito jovial de heavy metal.
Foi mais de uma e meia de show. Depois disso, o Sepultura, a banda de metal brasileira mais conhecida internacionalmente, abriu as atrações do palco Mundo, deixando a maioria do público ainda cabisbaixa e meio assustada, mas depois foram entrando no clima hostil, barulhento da banda de Igor Cavalera. Repetindo a fórmula com a participação especial da parceria junto com os franceses do Tambours Du Bronx, o Sepultura agitou como primeira destaque no palco Mundo.
Depois, a apresentação a seguir daria uma certa polêmica por meio da mídia. O Ghost B.C., uma banda gótica que mistura ritmos sonoros sórdidos, fez uma grande apresentação, talvez vingando a falta do Slipknot – na qual, muitos não concordariam com a minha opinião. Sem compreensão completa do público, a banda consegue colocar sua mesma perversidade musical dentro do show, com o vocalista Papa Emeritus II com cara de demônio malvado (que dá para botar medo em qualquer um) fazendo deste palco em um verdadeiro ritual satânico.
Do clima de ritual satânico para o metal alternativo do Alice in Chains: o quarteto de Seattle simplesmente fez acontecer no palco principal, colocando seus principais sucessos e fazendo do público sua segunda arma principal junto com seu rock altamente contagioso. Faixas como "Again", "Hollow" e "Man in the Box" fizeram da noite uma grande onda de nostalgia, sutileza e espírito verdadeiro do rock & roll.
Para o público em geral, que esperava nervosamente a apresentação do Metallica, se perguntava se a banda ia manter as canções mais famosas, se colocariam canções cover. Esta era a dúvida. Os metaleiros discutiam sobre qual era o melhor disco do Metallica, se era Muster of Puppets (1986) – o disco que fez com que a banda ganhasse um grande número de fãs – ou The Black Album – também chamado de Metallica (1991) que fez o grupo se tornar grande no mundo inteiro, saindo do mainstream. Para mim, há uma grande controvérsia porque, para quem ama e curte mais o death-metal, Master of Puppets deixa no auge estas questões, enquanto que The Black Album é mais lento musicalmente, fazendo deste disco um álbum de heavy-metal.
As questões foram encerradas quando o Metallica – atrasados mais de trinta minutos – entrou em palco sob o som com toda a agressividade, fazendo o público balançar e delirar por "Master of Puppets", enquanto que eles passaram por grandes sucessos como "Seek and Destroy", "The Unforgiven", "Enter Sandman", "Nothing Else Mathers", "All Nightmare Long" e etc.
Foi um show de grande acontecimento, fazendo de James Hetfield, Lars Ulrich, Robert Trujillo e Kirk Hammett totalmente exaustos sob o efeito nostálgico e enérgico brasileiro. A banda norte-americana encerrou o grande espetáculo com "Seek and Destroy", fazendo o público de forma esplosiva, encerrando a noite mais metaleira do Rock in Rio.
Por Leonardo Pereira
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