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Green Day, 'iDos!'



O segundo disco da ambiciosa trilogia de álbuns do Green Day abre surpreendente com "See You Tonight", que para mim, acabou sendo uma bênção aos Everly Brothers, a dupla country que marcou a era musical entre os anos 1950 e 1960. Quanto a esta música, o grupo tem uma crise de identidade? Não! Com "See You Tonight", a banda também relembra os grandes músicos country, como Hank Williams, e passando toda sua influência para os Eagles. Como iUno!, iDos! está cheio destes grandes momentos musicais, onde o grupo segue os tópicos lineares da era-punk de Dookie (1994) em todo tipo de angústia superaquecido – uma improvisação nervosa no soul em "Stray Heart", no R&B louco na altura máxima em "Wow! That's Loud", mesmo manchado de baladas soul no encerramento do disco, "Amy", onde Billie Joe Armstrong vira Sam Cooke.

Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool tem o seu som fresco, um terreno adolescente de alta luxúria para um álbum com um sentido distinto da vida saindo de seu próprio rumo: "Eu não posso estar caindo/Eu estou muito doente para vomitar", Armstrong canta contra um riff de "Lazy Bones". Ele foi para a reabilitação em setembro. No entanto, enquanto você ouvia uma música como "Ashley", um apelo para um amigo viciado em metanfetamina, que vem como uma ambulância para o fugitivo, aqui a angústia é tão arquetípica como é pessoal. Às vezes, é tão urgente como um American Idiot, apesar de ser empacotado como um lote que não presta em um punk totalmente estragado com títulos como "Fuck Time" em vez de uma grande ópera-rock. "Eu troco de sangue para o dinheiro sujo", Armstrong faz uma promessa em "Stop When the Red Lights". Em qualquer tipo de desfarce, o Green Day são os mais carnais de toda a América.

Por Leonardo Pereira

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