Johnny Cash sempre teve um grande número de material guardado depois de sua morte no início da década passada, e isso possibilitou uma volta com Out Among the Stars, primeiro disco póstumo lançado após o seu último álbum da série American – VI: Ain't no Grave – concebido em 2010. Com isso, Cash sempre foi o artista daquela lendária de ouro do rock e da música popular americana que continuou sendo reconhecido, assim como o mestre Bob Dylan nos dias de hoje. Com treze faixas – nas quais, nenhuma delas ultrapassam dos quatro minutos de duração – Out Among the Stars é uma espécie de prova de que, mesmo depois de morto, Cash continua sendo uma prova de grande originalidade, devido principalmente pelas suas canções de boa qualidade que estavam trancafiadas a sete chaves.
Um dos grandes exemplos é o rockabilly "I'm Movin' On'", uma completa e baladeira canção animada, lembrando os anos 1950, a rebeldia, a entrada dos anos 1960 na história da música, a Guerra do Vietnã, o "Gimme Shelter", enfim, todos os tipos de acontecimentos que acabaram marcando aquela geração. Obviamente, a faixa-título é a melhor faixa – ou poderia ser "If I Told You Who It Was" para os mais conservadores vindos dos anos 1940 e 1950?
Cash parece com Hank Williams soando no mesmo tom em "If I Told You Who It Was", em um country contagiante, que contém características sonoras de grande beleza musical, como o solo guitarra country, o que chama muita atenção. Tudo soa igual, mas muito mais épico com "Call Your Mother", onde Cash coloca toda a doçura em sua voz para ritmar com o embalo, o suingue da canção, misturando o som do country em boas lembranças: rodas de violão, pessoas cantando juntos, turnês nas estradas indo diretamente para os locais dos shows, e sem avião, pois naquela época os grandes artistas iam de ônibus para curtir a "vibe". Os destaques aqui são muitos e os mais intensos de American VI: Ain't No Grave, trabalho na qual deixou a desejar pelo fator de ser obscuro demais para um trabalho da lenda Johnny Cash.
Por Leonardo Pereira
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