St. Vincent tem um talento para fazer este tipo de música: algo constantemente reciclado, com batidas que não chegam a ser potentes e os vocais semelhantes com Lana Del Rey, mas menos chamativo. Annie Clark (seu nome de nascimento) sabe entreter muito bem com seu quinto trabalho de estúdio, o melhor em dois anos. Mas a sonoridade do álbum soa bastante depressiva, com ambientes sonoros bastante sonoros e obscuros. Colaborando no álbum solo de David Byrne (ex-Talking Heads), em Love This Giant, todas as faixas soaram simultaneamente iguais, o que não causou uma boa impressão, enquanto que em St. Vincent, a artista conseguiu tirar um pouco a mesmice de todo seu trabalho com Byrne: aqui tem muita influência vinda do hip-hop e uma possível mistura do R&B americano com uma sonoridade que se aproxima do new-wave e da onda musical indie. Ouvindo profundamente as onze faixas desse disco, trata-se de um álbum de tamanho embalo emocional, é o que as melodias melancólicas nos proporcionam. Parece muito mais um Born to Die, de Del Rey, mas em questão de sonoridade. Apenas teremos que ter paciência para ver o que o tempo nos dirá sobre Annie Clark.
Por Leonardo Pereira
Comentários
Postar um comentário