Stephen Malkmus foi um dos poucos artistas indie dos anos 1990 a continuar trabalhando seriamente no ramo da música. Também é o único dessa época a fazer música inteligente e de boa qualidade. Isso justifica o que esse novo material significa. Wig Out the Jagbags – seu sexto álbum acompanhado com os Jigs, veio com as melhores faixas desde há algum tempo. Tudo o que soa aqui é bastante explosivo, mas de um jeito diferente: sem paulera e barulheira. Teoricamente, as guitarras soam completamente semelhantes com o toque conhecido de Eric Clapton quando tocava no Cream nos anos 1960.
Seu estilo de garagem é completamente aceitável, comercial. Curiosamente, muitos poderiam afirmar que este tipo de música não é nenhum pouco semelhante ao indie-rock, mas "Lariat" é a música que mais se parece com o subgênero. Também, a sonoridade bonita de "Houston Hades" me faz lembrar o Grateful Dead de Jerry Garcia, quando foi a primeira grande banda popular dos Estados Unidos no fim da década de 1960 para o início dos anos 1970, se tornando ícones da música americana até a morte de Garcia em 1995.
Também há momentos de delicadeza, como em "J Smoov", uma espécie de blues-rock simples que não se parece nada com o blues, por não ter os solos repetitivos que tornaram um dos gêneros percursores do rock tão populares. Em geral, Wig Out the Jagbags tem um peso muito mais melódico, com o som que se aproxima muito do rock alternativo, especialmente do disco Monster, do R.E.M., de 1994 – um dos melhores álbuns da banda de Athens. Obviamente, esse é um material bom de Stephen Malkmus.
Por Leonardo Pereira
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