Dentro da percepção, os Stones sempre foram os responsáveis pela mistura do country com o rock, colocando versos de Mick Jagger para entrar em rítmo com as melodias loucas do guitarrista Keith Richards. Enquanto a abordagem estritamente comercial de Let It Bleed trouxe o blues para esta grande integração do rock & roll da banda, em Sticky Fingers, os Rolling Stones se autodeclararam a maior banda de rock & roll de todos os tempos: Com o fim oficial dos Beatles em 1970, deixando um grande número de beatlemaníacos completamente decepcionados, Jagger e Richards enfim poderam comemorar — e arregaçar as mangas.
Além de toda esta comemoração musical pela vitória dos Stones — pelo menos em termos de longa duração —, há uma certa nostalgia contida pelo grupo em Sticky Fingers, primeiro disco a conter o tão conhecido símbolo da banda e o primeiro registro a ser lançado sob seu mesmo selo. Contudo, a energia contida aqui é simplesmente fantástico, ao mesmo tempo em que os Stones vão para o outro campo chamado "improvisação". Mas eles não se afundaram de corpo e alma nisso, pois as suas forças estão reconhecidamente nas misturas do rock, incluíndo o rockabilly, blues e etc. Sem dúvida, Sticky Fingers é um registro que foi feito divertidamente pela banda, mas para todos, deve ser levado bastante a sério, porque provavelmente é o melhor álbum de 1971.
Um estilo totalmente semelhante ao rockabilly é tomado no country de "Dead Flowers", uma mera genialidade composta por sua máquina criativa, contendo guitarras totalmente compactadas para soar em uma música meramente interiorana, lembrando Woody Guthrie, desenterrando de volta a lenda Hank Williams, colocando todo orgulho de Willie Nelson e recebendo o aplauso da realeza musical Patsy Cline. Sticky Fingers, como seu todo, pode receber a alusão ao sexo, com a frente do zíper de uma calça jeans masculina, pronta para mostrar o seu "atributo" a qualquer garota. Isto convém com os Stones desde o começo de suas carreiras, e a faixa que abre o disco mostra demais o que isto representa para a banda londrina.
Começa com alguns acordes mágicos. Na tradição das grandes introduções de guitarra ("All Day and All of the Night", "19th Nervous Breakdown" e "Satisfaction") que entra nos ouvidos de todos: reconhecimento e conexão instantânea. De repente, a guitarra é acompanhada por um violão, que apenas é um dedilhado, mas executado como se estivesse furioso. E assim, nos 15 primeiros segundos de gravação do álbum são apresentados com seu grande conflito: Condução intensamente roqueira, escancarada contra uma concepção musical controlada e manipuladora determinado a preencher cada espaço determinantemente glorioso no conteúdo musical de Sticky Fingers.
Em relação à banda, a cozinha do baixista Bill Wyman com o baterista Charlie Watts então em perfeita sintonia, principalmente em "Sway", uma música que lembra o country e uma espécie de hard-rock um pouco mais lento, mais psicodélico, como se fosse para curtir, fechar os olhos e sentir a canção entrar dentro de você como um grande amor desperta dentro de seu coração bem puro e inexperiente. É a mesma coisa em "Wild Horses", uma faixa de emocionar, podendo fazer uma colocação como uma música romântica — realmente semelhante como uma — porém, sem contar com a experiência de um amor em sua cama, mas sim do fruto desse mesmo amor. Para quem que conhece mais estas histórias, é uma dádiva da vida que Richards compôs sozinho para o seu filho pequeno. É impressionante como os Stones começam a mostrar seu lado mais sensível, também mostrando que os Stones sabem misturar as coisas, principalmente contendo uma balada country que se tornou um dos grandes destaques deste disco.
As mesmas guitarras sujas e poderosas de Mick Taylor e Richards continuam afiadas em Sticky Fingers. Uma espécie de superficialidade transborda por todos os lados as músicas do material. Em "Can't You Hear Me Knocking", uma certa experimentação é apresentada por todos: Durante os primeiros minutos da faixa, guitarras poderosas e sujas — semelhantes com o heavy-metal em sua época de ouro — hipnotizam a todos os amantes de guitarra-rock no mundo, entrando em transe e curtindo o hard-rock poderoso, paralisado imediatamente por batuques — aqueles mesmos em "Sympathy for the Devil" — e entrando perfeitamente com um saxofone agradavelmente audível, se apresentando como uma cápsula da música romântica dos anos 1970 com o grupo Supertramp.
Em relação ao country, não tenho dúvidas que, dentro do disco, a canção que melhor representa o gênero surgido no interior dos Estados Unidos foi "You Gotta Move": Uma "rapidinha" country viajando de alma a dentro dentro do universo cultural americano, e fazer com que os pensamentos sobre este gênero se torne a critério de qualquer amante do gênero. Quanto ao hard-rock, digo o mesmo com "Bitch", uma espécie de canção arrebatadora que envolve um pesado de guitarra que arrepia a todos que curtem uma boa música. Além destes estilos, temos o blues totalmente e de forma incondicionalmente apaixonante de "I Got the Blues": Um grande momento que envolve a todos um momento de sonhar intensamente. Sonhe com quem você quiser, com a sua garota ao seu lado, com os seus amigos fazendo palhaçadas e se divertindo. Não é apenas sobre isso: Trata-se de um romance profundo de um rapaz por uma moça que não tem condições de ficar com a sua amada, portanto, contentou-se em amá-la vendo ela feliz nos braços de outro homem. Eles são os caras mais profundos que eu já ouvi. Isto é real nesta vida louca.
Com as paixões passadas, é claro que as drogas estariam incluídas em Sticky Fingers, como todo o desespero de "Sister Morphine", um blues que define asperosamente a dependência pela droga, e a esperança de injetar-se novamente uma dose de cocaína. É o auge disso tudo, apesar de todas as genialidades compostas neste período mágico da banda após perceber que apenas eles estavam na frente de todos os outros artistas — o céu era o limite para os britânicos. Todas as suas influências são bem vindas em Sticky Fingers, um disco com a cara dos Stones: Totalmente megalomaníacos e com segundas intenções, apesar de serem malévolos, espertos demais e galanteadores de primeira — pois no mundo da música, quem não seria?
É respectivamente excelente o resultado do nono álbum de estúdio dos Stones: Da sujeita hard-rock de "Brown Sugar" até a acústico de sonoridade e ambiente sólido e puro de "Moonlight Mile", tudo o que os Rolling Stones tiveram para mostrar, eles mostraram, e com os seus dedos apontados. Sem dúvida, estes britânicos sínicos, debochados e completamente drogados não precisam se preocupar com o seu futuro. Se o destino destinava algo bom demais para os Stones com o fim de seus rivais, o que seria do mundo sem os Rolling Stones? A falta de um ícone para liderar uma década que, por todas as moedas apostadas, traria muitas novidades para todos no cenário da música mundial nas duas capitais globais da música pop.
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