Antes de dizer, vou mostrar como uma nova forma de música pode ser tão acerrado quando ela é utópicamente revolucionário. Nos primeiros anos e décadas, o rock & roll foi a peça chave de grande aclamação. No período de 1955 até a década de 2000, o rock & roll tem reinado no trono mundial da música pop, entre cada gênrero e subgênero que eram criados, reinventando de forma imparcial a história da música.
Mas sabe, nada disso teria sido um longo e grandioso reinado se um garoto negro e homossexual, que amava tocar piano de forma tão ligeiro e tivesse a obrigação de usar maquiagem para parecer um legítimo branco tivesse a coragem de se impôr em meio a um cenário em que os brancos estavam prestes a dominar. Este garoto ousado se chama Little Richard. Se você ouvir as canções de Little, você pode perceber que aqui é a primeira vez que um cantor de rock gritou na vida, o que isso eu já tinha visto em algumas bandas como o AC/DC, Nirvana e Aerosmith.
Da mesma forma que Little deu ao mundo inteiro o agito para o rock & roll, as bandas de rock mais conhecidas como os Rolling Stones, Queen, Pink Floyd e muitas outras foram muito influenciadas pela guitarra, e esse homem também era negro, mas mesmo assim, ele não queria nem saber se existia um certo preconceito com a raça negra. Chuck Berry inovou em sua guitarra os seus riffs e solos baseados no blues de Robert Johnson, o rei do Delta Blues que deixou um grande legado e que agora estava deixando toda sua marca para as bandas dos anos '60, de geração em geração.
Depois do rock & roll embalado dos pianos de Little Richard e dos primeiros solos de guitarra de Chuck Berry, um homem branco vindo do Mississipi entrou nos estúdios Sun, e rapidamente fez o rítmo altamente cativante e rápido (imitando ao gênio Little) e logo começou a cantá-las de uma forma em que só ele mesmo conseguia. A música era "That's All Right", e quando lançaram nas rádios americanas na época, em 19 de julho de 1954, todo mundo começaram a se perguntar: "Quem é o cantor?" Mas para saber, todo mundo tinha que comprar nas lojas o compacto em vinil. Logo todo mundo conheceu o gênio Elvis Presley.
No fim dos anos '50, canções como "Hound Dog", de Elvis Presley; "Blue Suede Shoes", do cara que mudou o rockabilly, Carl Perkins; "Tutti-Frutti", de Little Richard e "Johnny B. Goode", a primeira ode à guitarra criada por Chuck Berry ficaram na memória para sempre por serem os primeiros sucessos a integrar dentro do livro de todos os tempos do rock & roll, mas os anos '60 viriam como um divisor de águas para o estilo. Da mesma forma que o rock & roll estava em um crescimento fortíssimo, a era Bossa Nova também entrava para dentro da história da música, onde, com o cara que começou tudo, Antônio Carlos Jobim e seu profundo seguidor musical e amigo João Gilberto desenfrearam as Américas e fizeram com que os americanos amassem a música brasileira e, de forma grandiosa, fez com que a bossa nova se tornasse o primeiro rival musical do rock.
As primeiras gravações em inglês de "Garota de Ipanema", "Desafinado" e "Insensatez" foram um grande motivo de inovação e grandes artistas como Charlie Byrd e Frank Sinatra regravassem suas músicas. Mas era claro que o rock não estava perdendo nada. Por volta de 1961, Bob Dylan e Joan Baez lançam o movimento folk, na qual com letras de forte apelo político e comercial e apenas um violão, o artista começou a ser chamado de "cantor de protesto". Para Bob Dylan, "Blowin' in the Wind" era cansativo ter que tocar em todos os shows, por ser a canção conhecida na época, mas para o público em geral na época, a canção tornou-se em um poderoso hit de protesto em que retratava a forma como os Estados Unidos estavam envolvidos em guerras.
Mas na verdade, o folk nunca precisou "guerrear" contra o gênero mais pesado, mas até então, em outro país, na Inglaterra, duas grandes bandas começaram a ter atenção. Uma banda tinham o rostinho bonito, também tinham atitudes sinceras e eram os "bonzinhos", enquanto que a outra era totalmente o oposto dos Beatles, nas quais tinham todas estas características. Os Rolling Stones eram os que tinham mal exemplo. Na verdade, sempre na história da música, os Beatles eram os garotos "bons" e os Stones, os "maus", e de tal fato, o duelo da beatlemania e a stonemania estava declarada, com os Beatles dominando a Inglaterra inteira com "She Loves You", "I Want to Hold Your Hand", "Can't Buy Me Love" e "A Hard Day's Night" liderando as cinco primeiras posições da Billboard, paradas norte-americanas, na qual nenhum artista conseguiu até hoje emplacar cinco sucessos seus nas cinco primeiras posições.
Por mais que a coroa da música pop sempre estivera com os Beatles, na América, Bob Dylan não estava nem ai, e foi quando resolveu ir mais além com seu disco revolucionário, Bringing It All Back Home (lançado em 1965), que definiu a primeira vez em que Dylan largou o folk e partiu para instrumentos elétricos. Dentro do álbum, "Subettarean Homesick Blues" é um protesto sem fim e "Mr. Tambourine Man" foi um sucesso, mas ganhou sua versão definitiva com os Byrds no mesmo ano em que foi lançado por Dylan. No mesmo ano, Dylan lança Highway 61 Revisited, seu melhor disco, e sua maior canção abria este lendário disco. Em meio à teclados lentos e guitarras suaves, "Like a Rolling Stone" é a biblioteca musical do rock & roll. A canção é a maior de todos os tempos e fez com que Dylan nunca fosse superado por ninguém, nem os Beatles e os Rolling Stones. Ainda em 1965, na Inglaterra, em um hotel, o guitarrista dos Stones, Keith Richards, acordou de seu sono para trocar o riff que se tornaria no mais conhecido de toda a história do rock. Depois, "(I Can't Get No) Satisfaction" mostrou uma grande influência de Chuck Berry nas guitarras e também fizeram com que os Stones fossem a melhor banda britânica da época, superando os Beatles.
Depois disso, como o folk havia sido um pouco esquecido, dois homens amantes de Bob Dylan e Joan Baez chamados Paul Simon e Art Garfunkel decidiram tornar-se uma dupla de cantores folk, na qual misturava um pouco o rockabilly de Elvis Presley, Chuck Berry e Carl Perkins, trazendo para a década, um som mais atual. É claro que com sucessos como "Sounds of Silence", que foi um enorme sucesso também por ser a canção-tema do filme The Graduate (A Primeira Noite de Um Homem). Mas também tinha um grupo de jovens que eram profundos amantes de country, rock e folk que fundaram os Byrds e quando lançaram seu primeiro álbum, Mr. Tambourine Man, eles foram comparados com os Stones. Enquanto isso, os Doors se apresentavam pela primeira The Ed Sullivan Show, um programa americano de grande audiência na época e que os Beatles e os Rolling Stones já haviam se apresentado.
As distorções de guitarra também foram aparecendo, e da forma em que a psicodelia surgia, nos muros de Londres, amantes de blues pixaram: "Clapton Is God!" ("Clapton é Deus!"). Uma das primeiras revelações da guitarra, mas seu reinado rapidamente foi desbancado por um negro chamado Jimi Hendrix. E para desbancar Clapton do reinado das guitarras não era para qualquer um. Hendrix foi um cara de atitude que colocou tudo em suas músicas, das mais românticas como "The Wind Cries Mary", assim como "Voodoo Child (Slight Return)" e em três anos de carreira, seus únicos três álbuns de estúdio foram considerados uma obra prima musical. Mas apesar de Hendrix ter acendido a chama psicodélica na época, Hendrix não teria conseguido se não fosse a influência grandiosa de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band; o disco mais importante de rock & roll que o mundo já ouviu. Outras bandas começaram a surgir, como o Grateful Dead com todo seu renascentismo folk-rock misturado com country e blues, fundiu seu som para algo mais grandioso; o mexicano Carlos Santana surgiu em meio à psicodelia e foi conhecido por ser um ótimo guitarrista.
O fim da década de '60 marcou por duas despedidas: os Beatles com Let It Be (1970) e Simon & Garfunkel com seu melhor disco, Bridge Over Troubled Water, também lançada em 1970. Mas se, para alguns, a época era de despedida, na Inglaterra, um quarteto londrino, baseado nos discos do Led Zeppelin, Cream e Jimi Hendrix, porém vestiam roupas pretas e tocavam um rock diferente daquele que era proposto na época - guitarra rápida, batidas totalmente pesadas que faziam os adolescentes da época enlouquecerem com o barulho de suas guitarras ensurdecedoras.
Mais do que isso, a cena da moda estava começando a influenciar muitos artistas; David Bowie foi o precursor da cena glam, e o Roxy Music foi na onda, misturando sonoridades bastante eletrônicas e deprimentes com sons dos sintetizadores de Brian Eno que defendia uma idéia firme de experimentalismo, enquanto que seu outro membro, o vocalista Bryan Ferry, defendia a música pop dos Beatles. Quando Bowie fez história com The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972), o Roxy Music deu adeus ao gênio dos sintetizadores. Eno contribuiu pela última vez para o Roxy em For Your Pleasure (1972), lançando uma carreira solo firme e bem sucedida.
Os anos se passaram e muitas relevações musicais vieram a tona na década de '70; o surgimento de uma nova promessa para a música britânica, os Beatles haviam acabado e o papel de Maior Banda de Rock & Roll de Todos os Tempos ficou nas mãos dos Stones. Em seu momento mais alto, os Stones refugiaram-se na França para fazer o álbum mais famoso de toda a sua carreira, o disco dúplo Exile on Main Street em 1972. Um ano depois, promessas vieram; Elton John entrou de vez para a lista dos maiores artistas de sua época com Goodbye Yellow Brick Road (também um álbum dúplo) com seus maiores sucessos lançados, como "Candle in the Wind", a faixa-título e "Bennie and the Jets"; o Pink Floyd lançou a sua salvação para dar a continuidade a sua carreira com The Dark Side of the Moon, seu melhor trabalho e também o melhor e mais conhecido álbum de rock progressivo de todos os tempos.
Em 1975, grandes nomes surgiram e também resurgiram para o patamar da fama musical. Bob Dylan voltava com sua criatividade perdida em anos seguidos com sua ode à separação, o álbum Blood on the Tracks; Bruce Springsteen consegue sua peça-chave para o sucesso com seu magnífico Born to Run e nos Estados Unidos, um estilo começava a crescer e ganhar mais admiração por parte dos americanos: o punk-rock. Enquanto o punk ainda não vinha, em Londres, o vocalista Freddie Mercury fazia história ao lançar a canção mais operística do rock, "Bohemian Rhapsody", e fez com que o álbum daquele ano, A Night at the Opera se tornasse o álbum mais importante de toda a carreira do Queen.
Um ano depois, quatro jovens que usavam calça jeans reasgada, camisa do Led Zeppelin e jaqueta de couro decidiram montar uma banda. Eles não sabiam tocar, sabiam apenas de 3 a 6 acordes simples para o violão e guitarra. Os Ramones lançaram o lema "faça você mesmo" e foi uma grande influência para um monte de bandas punk que surgiram depois, inclusive o Clash e os Sex Pistols; o Clash rapidamente ganhou notoriedade por aumentar os ouvintes punk na Inglaterra com seu primeiro disco e enterrar definitivamente este estilo com o álbum dúplo pós-punk London Calling; o grito definitivo do Sex Pistols foi lançado com Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols, seu único material, porém o melhor.
Do mesmo tempo que o punk prevalecia nas paradas e concorria com a música disco, os Bee Gees entravam para a história com "Stayin' Alive" (que em 1977 foi o tema principal do filme Os Embalos de Sábado à Noite). Com a música disco se dissipando rapidamente na década de '80, o funk começou a surgir e ganhar mais popularidade. Prince começou a mostrar todas as suas artimanhas; em Dirty Mind (1980), ele mostrou toda sua sexualidade, dando amostras do que viria pela frente. 1999 é um álbum dúplo de funk-rock mais longo de toda a carreira de Prince, mas o que marcou definitivamente foi a trilha sonora do filme Purple Rain em 1984, na qual os singles "When Doves Cry", "Let's Go Crazy" e a lendária faixa título fizeram história nas paradas americanas; talvez o principal rival de Purple Rain seja Thriller de Michael Jackson, que obteve o número 1 das paradas de álbuns e entrou para a história como o álbum mais vendido de todos os tempos.
Enquanto isso, Bruce Springsteen conseguia igualar sua fama com sua segunda obra-prima Born in the U.S.A. (1984) e fez com que o sucesso voltou novamente, e seu single "Dancing in the Dark" liderasse as paradas americanas por mais de 6 semanas. Por mais que o rock & roll continuasse a reinar, o hip-hop surgiu para a sociedade negra americana. O Run-DMC começou - misturando batidas com o rock - com os seus melhores álbuns Run-DMC (1984) e Raising Hell (1986), enquanto que o Public Enemy - surgido em 1986 - lançou Yo! Bum Rush the Show (1987) e o revolucionário It Tak;es a Nation of Millions to Hold Us Back (1988) tornando para si, o foco central do hip-hop; os Guns N' Roses traziam novamente o fantástico hard-rock começado pelo Aerosmith com seu álbum de estréia e também o seu melhor desempenho Appetite for Destruction; depois de seu bem sucedido rock de estádio de Born in the U.S.A., Springsteen volta com o tema romântico de Tunnel of Love. O que viria depois era uma década obscura.e também sua última obra-prima; o U2 enfim conseguiu conquistar o mundo com sua peça mais ambiciosa em suas letras e melodias com The Joshua Tree. Um ano depois, Madonna ganharia o mundo com Like a Prayer e se tornaria a rainha do pop.
Os anos '90 entraram com toda a velocidade e uma nova revolução musical - e também a última - dentro do rock & roll. O Nirvana vinha arrebentando as paradas com o seu "grunge" (mistura do heavy-metal com o hard-rock). Nevermind roubou todas as mentes das pessoas, as atenções e mudou um milhão de gerações inteiras. Na história da música, "Smells Like Teen Spirit" nunca foi tão lembrada nos últimos 25 anos como de fato, foi, assim como "Satisfaction" e "Hey Jude", ou "Born to Run", o que o transformou de "grande canção". O grunge continuou mesmo depois da morte de Kurt Cobain em 1994, o Pearl Jam estava vivo para continuar a escrever a página grunge, junto com o Foo Fighters (o líder da banda é Dave Grohl, ex-baterista do Nirvana). Apesar da morte de Cobain, o Queen e seus admiradores perdiam o que tinham de mais importante: a sua voz. Freddie Mercury morreu em sua mansão em 24 de novembro de 1991 em decorrência de uma broncopneumonia, causado pelo vírus HIV; nesse mesmo dia, morria o baterista do Kiss, Peter Criss, em decorrência de um câncer.
Depois do fim do Queen, surgia o gênero britpop na Grã-Bretanha com o Oasis e o Blur na disputa. Mas quem prevaleceu foi o Oasis. E mais de 20 anos depois de Blood on the Tracks (1975), Bob Dylan se reacendia com Time of My Mind, colocando um ponto final para a grandiosidade do artista. O Radiohead crescia perante o mundo com seu ambicioso OK Computer (1997), uma peça que foi muito além, e que ainda estaria para conquistar o mundo com Kid A (2000), uma instrumentação totalmente silenciosa, árdua e psicótica.
Entrou os anos 2000 e surgiram as modernidades musicais, como o iPad, iPod, celulares melhores desenvolvidos e nisso, a internet. E muitos artistas passaram a sofrer com esse mal da pirataria musical na internet. Mas mesmo assim, as vendas caíram mas continuaram vendendo, mesmo que o recorde de vendas da época que não havia tecnologia nunca voltará com era antes. Mas o hip-hop continuava se construíndo. Jay-Z lançou The Blueprint (2001) uma grande obra-prima da década. O rock também não passou ileso. Os Strokes entraram para a história do rock alternativo e psicodélico ao lançar sua estréia Is This It (2000) e o White Stripes ao colocar todo o poder e influência stoneana em Elephant (2003). 2001 marca a volta da criatividade musical perdida de Bruce Springsteen, mas desta vez, ele volta como um super herói; The Rising é uma mensagem de paz e harmonia pelos motivos do acontecimento no 11 de setembro. O World Trade Center caindo em chamas havia trazido de volta a inspiração para Springsteen.
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