Bruce Springsteen é o cara. É incrível como ele tem o poder de criar mais sucessos. Claro que isso não explica a montanha de melodias romanticamente formados que faz de Magic, o seu melhor álbum desde The Rising, de 2002, cuja inspiração foi o ataque terrorista de 11 de setembro, às Torres Gêmeas. Sua inspiração para este novo disco é a forma como se encontra a política nos Estados Unidos, como a expressão do estado e da sociedade norte-americana, especialmente porque na faixa-título, Springsteen canta forte e firme: "I got a shiny saw blade/All I needs a volunteer/I'll cut you in half/While you're smiling at me" ("Tudo o que eu preciso é de um voluntário/Eu vou cortar você ao meio/Enquanto seu sorriso está de orelha em orelha").
Mas nada seria de Magic sem a sua E Street Band, que são irmãos de estrada de mais de trinta anos, na qual Springsteen dissolveu na década de 1990 e retornou em 2002 com The Rising, que por sua vez se separou novamente da E Street Band para lançar dois álbuns acústicos. É claro que, para qualquer fã fanático de Springsteen, preferiam mais discos como estes que trazem melodias que nunca seriam ultrapassado por bandas de rock atual, e trazer mais um desafio dando um tapa na cara na política e seus corruptos. Magic é como Born in the U.S.A., mas há uma diferença de um para o outro: Magic é mais realista e sabe que não podemos viver em um país perfeito, enquanto que Born in the U.S.A. demonstra o orgulho de ser e o que era ser americano.
Você pode conferir todas as doze faixas do disco e você certamente confirmará que estas mesmas doze canções se tornariam um sucesso. Na enérgica porrada de hard-rock de "Radio Nowhere", um americano está perdido na escuridão da mentira e da manipulação em seu próprio país. Dentro da história, a sonoridade da guitarra marca o próprio sofrimento deste personagem americano, soando pesado e comovente. De muitas faixas de Magic, "Livin' in the Future" é uma das músicas que mais trazem um efeito chocante para a realidade e para o futuro. Um som que poderia nos ajudar a definir a nós mesmos, onde a música toca em nossos ouvidos e especialmente em nossos corações, nos mostrando divinamente, através de Deus, que "a verdade sempre nos liberta". Magic é além de tudo, um álbum que traz um presságio para o futuro americano.
Na metade do álbum, a realidade fala mais alto, como se estivéssemos protestando em frente ao palácio de governo, e "Gipsy Biker" é uma verdadeira música de protesto que envolvem os jovens americanos que são "obrigados" a servirem seu país, partirem e nunca mais voltarem, porque o resultado da guerra é a morte – a honra para alguns militares covardes. "Girls in Their Summer Clothes" é uma balada pop que Bruce trata de pequenos detalhes, como grandes vinhetas do verão, garotas e seus biquínis, adolescentes andando com seus carros comemorando porque finalmente chegaram as férias de sua faculdade. Esses são pequenos detalhes que Springsteen fez questão de abordar neste álbum, porque antigamente não tinha toda essa liberdade para os jovens acadêmicos. Até o momento, Springsteen foi um artista que se tornou conhecido através de seu suor, nas quais incluíam ter algo para comer, contas para pagar e um bom lar para sua família.
Mas o que a mensagem de um roqueiro ex-metalúrgico poderia fazer para mudar este mundo louco e cruel? Bem, há pessoas que separam a lógica. Um grande exemplo deste tipo de mensagem é em "Long Walk Home", um relato verdadeiramente metafórico de Springsteen onde o sonho de dar adeus definitivo para a guerra e voltar para casa, em sua terra natal, se torna algo sentimentalmente bonito e verdadeiro. Estamos a par de identificações: Para Springsteen, que nasceu pobre e teve que lutar para ser respeitado, especialmente quando criança e que tinha apenas um pedaço de pão para saciar sua fome por dias e meses, muitas pessoas – na maioria, seus fãs – se identificarão com este grande disco.
Mas o que Springsteen tem a ver com os jovens de hoje, que fazem as coisas às custas de seus pais e não querem estudar? Infelizmente, não há uma resposta concreta, mas Springsteen mostra tudo quanto são os tipos de problemas, tudo quanto é tipo de defeitos sujos, nojentos e famigerados. "Last Die" foi inspirado no representante dos Veteranos Contra a Guerra do Vietnã, John Kerry, que é um exemplo típico de como esse homem perdeu tudo para vencer no final.
De qualquer forma, Magic tem doze canções diferentes que falam da América como o tema principal, seus problemas, suas qualidades e sua grande história. E eu pensei que nada mais seria como Born in the U.S.A. (1984), quando Springsteen foi um cara que realizou com orgulho o "sonho americano". Parece que Magic é algo mais parecido com "Eu sou um patriota, mas ainda tem muito o que mudar em meu país". É uma grande crítica voltada para o progresso de uma nação.
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