Quarto álbum solo de Lady Gaga marca uma nova trajetória ao soft-rock
O novo álbum de Lady Gaga é muito mais agradável e supera seu clamor pela arte do século 21 fracassada de Artpop: um pop tocado que não foi bem recebido. Mas Joanne é bem diferente de seu antecessor, o que isso explica bem o que Gaga passou nos últimos três anos depois de Artpop. A cantora lançou um álbum experimental com seu grande admirador Tony Bennett, foi indicada para a estatueta de Melhor Canção Original no Academy Awards por sua canção que tinha como temática a violência contra a mulher e se tornou a Lady Stardust na performance tributo a David Bowie no Grammy Awards.
O mais interessante é que Gaga consegue se reinventar. Se Born This Way (2011) foi seu topo na carreira, misturando influências com o Queen, Madonna e Bruce Springsteen, Joanne (nome dado de sua vó que morrera de lupus em 1974) é muito mais focado no soul e no country, o que relembra melhor a compositora de folk canadense Joni Mitchell. Um exemplo perfeito é a faixa-título: um misto de realidade anos 2010 com tradições passadas que está longe de ser ultrapassada. Aqui, seu trabalho soa mais artístico, tocando mais o country que ninguém imaginara que Stefani Germanota faria. Em "John Wayne", Gaga continua mais afiada explicando que "minha necessidade incessante de correr atrás de homens selvagens e como eu acabo ficando de saco cheio do velho John de sempre". Com batidas fortes, "John Wayne" se destaca bem no seu ritmo, enquanto que "Dancin' in Circles" é um swing delicioso de se ouvir e cantar.
A mescla de misturas de Joanne é ultrajante, mas muito atrativo por um simples motivo: Lady Gaga não está fantasiada à lá Bowie em seus personagens contido em sua canções. Aqui, ela se transforma em homem (como em Born This Way) porém, ela está com jeans e uma camisa de botão branca com um violão nos braços, se transformando em um Hank Williams feminino e fazendo a pose para a câmera como uma rock star. Aqui, Gaga é uma estrela do country e do soul, mais feminilizada em Joanne na medida em que a maioria apostaria em sua volta ao corpo provocante em fantasias ousadas. Parece que Artpop foi um erro e um enterro de sua antiga visão de carreira, com canções chicletes que o público adulto evitava por não ser levado a sério.
Mas Gaga sabe ser romântica e trazer um pop-piano-rock de todos os tempos para as massas. Em "Million Reasons", ela se auto-desafia em uma temática impressionante de sua composição misturada com a linda melodia que, ao ser misturada com o bumbo da bateria, vai guiando o seu ouvinte para outro universo. Esse é o poder da música de Joanne. Com oito das onze faixas tendo duração menor que quatro minutos, o álbum se desempenha bem e vai sendo conduzido naturalmente ao seu clímax perfeito, diferente e original. Eu consigo rever uma nova On the Beach, disco de Neil Young de 1974 que relembra o mesmo soft-rock trazido por Gaga. Literalmente um luxo!
Depois de Born This Way (2011), Joanne foi o disco que mais chegou perto do topo, com uma música madura e inspirada nos velhos tempos – da música soul e country, mas também de sua inspiração de querer ser a melhor – novamente.
Leonardo Pereira
O novo álbum de Lady Gaga é muito mais agradável e supera seu clamor pela arte do século 21 fracassada de Artpop: um pop tocado que não foi bem recebido. Mas Joanne é bem diferente de seu antecessor, o que isso explica bem o que Gaga passou nos últimos três anos depois de Artpop. A cantora lançou um álbum experimental com seu grande admirador Tony Bennett, foi indicada para a estatueta de Melhor Canção Original no Academy Awards por sua canção que tinha como temática a violência contra a mulher e se tornou a Lady Stardust na performance tributo a David Bowie no Grammy Awards.

A mescla de misturas de Joanne é ultrajante, mas muito atrativo por um simples motivo: Lady Gaga não está fantasiada à lá Bowie em seus personagens contido em sua canções. Aqui, ela se transforma em homem (como em Born This Way) porém, ela está com jeans e uma camisa de botão branca com um violão nos braços, se transformando em um Hank Williams feminino e fazendo a pose para a câmera como uma rock star. Aqui, Gaga é uma estrela do country e do soul, mais feminilizada em Joanne na medida em que a maioria apostaria em sua volta ao corpo provocante em fantasias ousadas. Parece que Artpop foi um erro e um enterro de sua antiga visão de carreira, com canções chicletes que o público adulto evitava por não ser levado a sério.
Mas Gaga sabe ser romântica e trazer um pop-piano-rock de todos os tempos para as massas. Em "Million Reasons", ela se auto-desafia em uma temática impressionante de sua composição misturada com a linda melodia que, ao ser misturada com o bumbo da bateria, vai guiando o seu ouvinte para outro universo. Esse é o poder da música de Joanne. Com oito das onze faixas tendo duração menor que quatro minutos, o álbum se desempenha bem e vai sendo conduzido naturalmente ao seu clímax perfeito, diferente e original. Eu consigo rever uma nova On the Beach, disco de Neil Young de 1974 que relembra o mesmo soft-rock trazido por Gaga. Literalmente um luxo!
Depois de Born This Way (2011), Joanne foi o disco que mais chegou perto do topo, com uma música madura e inspirada nos velhos tempos – da música soul e country, mas também de sua inspiração de querer ser a melhor – novamente.
Leonardo Pereira
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