John Mayer possui uma voz muito interessante quando ele canta em meio a um ritmo agradável. Em seu sexto disco lançado, Mayer coloca todo seu conhecimento, paixão, suor e tranquilidade nestas onze canções country-blues (apesar de contar com uma grande influência da música folk também) de tirar o chapéu: na balada incondicional "Dear Marie", Mayer coloca solos country e mescla com a bateria simples, mas destacada de seu grupo. Isso tem um significado: em Paradise Valley, Mayer encontrou a calma e a tranquilidade para viver em paz.
Repetindo a fórmula do ano passado com Born and Raised, Mayer trabalha na produção com Don Was e mergulha definitivamente na rica história cultural dos gêneros musicais norte-americanos. Entre muitos destes gêneros, o blues e o folk são mais centrados e focados nos papeis principais de Paradise Valley. Muitas de suas canções soam amplamente serenas, com todos os seguimentos simples de pequenos riffs bluesísticos e falsetes vocais bastante reconhecidos pelos antigos artistas desses mesmos gêneros. O ambiente sonoro ingenuamente fantástico mostra como Mayer é a prova perfeita de colocar sua serenidade à prova desta grande batalha, colocando todo seu talento para brilhar a vontade.
Mas essas sonoridades poderosas são preenchidas vorazmente com grandes surpresas: na balada de R&B/folk de "Who You Love", Katy Perry canta com tamanha perspicácia, da mesma forma que Frank Ocean canta diferentemente em "Wildfire": uma pequena faixa, na qual as linhas de guitarras soam bastante semelhantes com as do falecido líder do Grateful Dead, Jerry Garcia; do country de raiz totalmente apaixonante de "You're No One 'Til Someone Lets You Down", que conta com o estilo simpático e soa ao mesmo tempo enérgico com o coro vocal extasiante feito pelo próprio Mayer.
Tudo soa sonhador e gratificantemente, a coisa é boa o suficiente para dizer que este álbum vinga. Com todos os seus principais sons — que são totalmente sinceros — John Mayer simplesmente deixa-se levar pelo fator "imaginação": com um chapéu na cabeça e estando com vestes tradicionais interiorano de sua pátria (com seu cachorro fiel ao seu lado), Mayer se vê como um grande Buddy Holly em pleno século XXI. Muitas vezes, o que não é real se sobressai sobre o que é real, e Paradise Valley prova isso.
Por Leonardo Pereira
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