A primeira amostra de Jack White com seu novo single, "Love Interruption", marcou uma série de incertezas por parte de seus fãs e das opiniões da crítica. Na capa de Blunderbuss – oficialmente seu primeiro álbum solo desde que White saiu do White Stripes para formar o Dead Weather e o Racounteurs – White, junto com seu pavão, olha fixamente, como quem está em um momento obscuro de dúvidas e incertezas, mas ao mesmo tempo ele encontra-se faminto por mais descobertas musicais. Além de ser a sua estréia solo, Blunderbuss é o seu material de maior expansão desde o clássico Elephant do White Stripes, lançado em 2003.
Assim como Elephant, Blunderbuss é um pouco mais suave que a obra-prima que ele e Meg White fizeram no início da década de 2000. As canções encontram-se ótimas e mais acústicas, desenterrando o clássico folk dos anos 1960 e 1970. Mas isso não é nenhuma surpresa: White já tocou com Bob Dylan, Rolling Stones e se auto-declara um admirador de Chuck Berry. Ele aprendeu a fazer bonito no velho estilo rock & roll, mas não tão rock & roll assim. Afinal de contas, tudo o que está aqui em Blunderbuss é porque White tocou de forma competente, fazendo com que a expansão musical deste novo material seja uma grande obra-prima para si.
Mas aqui, a verdadeira estrela é White, na qual está acompanhado por um bando de músicos, que na maioria, são do sexo feminino. A sua banda de Nashville é um grande grupo de ensaio e improvisação. Sem eles, acho que White não conseguiria tal feito aqui. Com esta banda talentosa, White poderia mandar improvisar qualquer tipo de blues ou country, que eles o fariam. Mas o que é importante é a composição. Às vezes, White soa como um compositorror romântico, no caso de "Love Interruption".
Cada estilo que White trouxe para Blunderbuss, agora faz companhia para as suas futuras idéias musicais. Aqui há um cover de R&B, o clássico de Little Willie John, "I'm Shakin'", de 1960. Já as outras canções são todas seguidoras de seus caminhos frenéticos e culturais, a partir do funk hippie de "Trash Tongue Talker" e com o soul country de "Blunderbuss". "Missing Pieces" e "Take Me with You When You Go" vem diretamente como um pró-folk britânico, completa de sonoridades arcaicas, que faz você se perguntar se White se influenciou no Traffic para este tipo de segmento.
Além do clássico folk trazido por White, detalhes sonoros como violinos e bandolins deixam as canções mais elaboradas e de um grande beleza. Na canção inspirada nos Rolling Stones, "Sixteen Saltines", seu tributo à maior banda de rock & roll de todos os tempos é a mais alta e divertida limpeza sonora de força contendo paixão e poder nas harmonias de sua guitarra. Aqui, o country-rock dos Stones foi bem incorporada em Blunderbuss, a grande prova de como as mentes sonoras de qualquer estilo torna Jack White como um homem de um gosto inclassificável.
Por último, o poder que este álbum nos mostra, com canções poderosas em seu contexto roqueiro, violinos, bandolins, guitarras, baterias e backing vocals femininos, Jack White é muito mais que um mero expectador de tudo o que está acontecendo. Tudo o que está aqui é relevante, na qual supera todas as barreiras de seu nível musical, e hoje todo mundo sentiram-se enfrentado – e vencido – pela coragem deste jovem que trouxe de volta, a grande alma talentosa do rock & roll, na qual a maioria das pessoas ainda nunca ouviram falar nos dias de hoje.
Por Leonardo Pereira
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